#intro
Este projeto é uma exploração do som como uma força poderosa e invisível. Através de uma combinação de instrumentos electrónicos, eletroacústicos e o gongo de vento.

#apresentação
O gongo de vento, um objeto percussivo suspenso, desempenha um papel crucial na criação de frequências e camadas sonoras.
Este tipo de gongo produz uma onda sonora intensa e complexa, com tons harmónicos profundos e de longa duração. Estas vibrações sonoras têm um efeito imediato na actividade fisiológica, diminuindo a frequência respiratória e aumentando a libertação de substâncias químicas a nível do cérebro, como melatonina, endorfina e dopamina, que estão ligadas a uma sensação de expansão e clareza mental. Os gongos produzem tons que potenciam o equilibro holístico do nosso ser, influenciando-o a vários níveis: mental, emocional, físico e espiritual.
A exploração de sons contínuos, densos e ritmos fragmentados contribui para a imersão física que acompanha a procura dessa estabilidade nas trocas entre o indivíduo e aquilo que o rodeia, mas reco- nhecendo a sua variabilidade conforme o sentido energético envolvente.
Os instrumentos eletroacústicos, tocados com um arco de violino e outros objetos exploratórios, per- mitem a criação de paisagens sonoras enriquecidas harmónicamente e que interagem com as resso- nâncias do gongo, tecendo uma tapeçaria sonora complexa e envolvente.
Os instrumentos electrónicos recorrem a técnicas que incluem sampling, síntese aditiva e manipulação de ressonâncias, proporcionando uma exploração também aprofundada das possibilidades sonoras. Este processo amplifica o espectro auditivo do projeto, permitindo uma interação dinâmica entre as diferentes camadas de som e intensificando as manifestações sonoras.
O projeto é acompanhado por um vídeo reactivo gerado em tempo real, a partir do som produzido ao vivo. O vídeo é gerado pelo software “Cymatics” desenvolvido por Helder Luís em Max/MSP/Jitter/ Gen (www.cycling74.com) e simula a interação do som com partículas físicas no meio ambiente. Este efeito, conhecido por padrões cimáticos, revela formas e linhas distintas criadas por diferentes frequências sonoras sob superfícies lisas utilizando, por exemplo, grãos de areia.
O resultado permite-nos visualizar as diferentes características do som em tempo real.


Helder Luís
Nascido em 1973, é designer, artista multimédia, fotógrafo e músico.
Estudou design gráfico e tipografia, trabalhando desde 1996 com várias empresas e instituições. O seu trabalho de design gráfico foi exposto em múltiplas ocasiões e deu corpo a inúmeras publicações.
Como artista multimédia, desenvolveu criações individuais e coletivas, apresentando-as em Portugal e noutros países.
Na música, participou também em projetos coletivos e a solo. Continua como músico experimental a compor e editar.
Possui um mestrado de fotografia e cinema documental e vem publicando livros dentro da temática da cultura marítima. Este trabalho documental e fotográfico tem sido apresen- tado e exposto em vários locais, nos últimos anos.

Miguel Pipa
Nascido em 1980, é artista plástico, músico e poeta.
Sempre demonstrou uma permanente inquietação face ao exterior que o circunda e uma constante curiosidade por aquilo que está por detrás das coisas.
Nele, nada é adquirido. Tudo o que lhe chega às mãos é questionado, desmontado e repro- cessado. Foi assim que começou a experimen- tar na área da música electrónica.
Investiga continuamente novas possibilidades sonoras que os instrumentos clássicos podem oferecer quando manipulados de forma alter- nativa ou constrói novos instrumentos a partir dos mais variados objectos do quotidiano.
Ao longo da última década, seguindo os princípios do ecotropismo, tem vindo a criar em desenho um mundo de microorganismos mutantes interligados.